sábado, 3 de novembro de 2012
Sem fim
No primeiro beijo tínhamos o cheiro da noite.
Na segunda noite, já éramos o cheiro do sexo.
Da terceira em diante, já depois desse açoite,
Surgiu um amor, que só nós dois víamos nexo.
E foi um processo tão belo de se ver e se viver,
Que ninguém questionava o que ora se sentia.
E viver esse sonho serviu apenas pra perceber
Que já era amor quando meu olhar não te via.
Mas hoje esse choro calado aqui dentro do peito,
Somado com a pontinha da brasa do que passou
Foi tudo o que me restou do amor mais perfeito,
Que esse próprio peito que hoje chora vivenciou.
Com a memória encharcada de cortante saudade
Chego ao fim de outra estrofe de mais um poema.
Enquanto o tempo passa e aumenta minha idade
E eu luto pra sem você não sentir a alma pequena.
João
Parnaíba - PI, 22 de Setembro de 2012, 02:05
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