domingo, 8 de julho de 2012


Desfacelado o peito,
Resta a ferida.
Caleja o feito,
Sou dor entristecida.

Foi-se de mim,
Ou fui dela sem perceber.
E o que restou por fim,
Foi apenas o entardecer.

Diante dos olhos
A tinha sem ter,
Olhos tristonhos,
Não era pra ser.

Saudade que sinto,
Machuca um tanto.
Amor de verdade, não minto.
Saudade de seu véu, de seu manto.

Rosa da minha vida,
Paixão arrazadora,
Por fim, dor sofrida,
Fez do peito masmorra.

Escolha, meu bem.
De tudo que é meu,
O meu melhor, pro teu bem.
Me solte depois,
Me beije na testa,
Apague essa luz,
Me deixe no breu.

Do que sei,
Do que fui,
Não caibo mais aqui.
Eu não sou mais eu.
Algo no caminho ficou.
Caminho que percorri.
Embora saiba o quanto sofri.
Nunca esquecerei, meu amor.
Do teu peito que tanto me amou.

Mas agora eu parto.
Em retalhos, porque é preciso.
E se mais lá na frente desisto,
Sei que será tarde.
Caminho indeciso, nunca visto.
Mas estou farto.
Vou curar minha dor,
Que me machuca, me chora
E no coração, arde.

João Neto
Mês passado ou retrasado.

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